Após a queda do Império Romano do Ocidente (séc V) esfacelado em inúmeros reinos bárbaros, a Igreja Católica surgiu como um elemento agregador das diferenças, ao difundir a mesma fé cristã nos diversos países que surgiam. As teorias estoicas foram bem-aceitas pelo cristianismo ainda na época do Império Romano e fecundaram as ideias ascéticas do período medieval
Como guardião da cultura greco-romana, o clero adaptou a tradição aos ideias religiosos, dando primazia ao sobrenatural. Como única detentora da educação, a Igreja Católica influenciou fortemente a concepção ética, orientando toda a ação humana para a contemplação de Deus e a conquista da vida eterna.
A visão teocêntrica do mundo fez com que os valores religiosos e a noção de pecado sustentassem os critérios de avaliação do bem e do mal, vinculando-os à fé e à esperança de vida após a morte.
De acordo com essa perspectiva, os valores são considerados transcendentes porque resultam de doação divina, o que identifica o sujeito moral ao crente, ao ser temente a Deus.
Agostinho de Hipona debruçou-se longamente sobre a origem do mal, afim de conciliar a infinita bondade divina com os mares do mundo e a possibilidade humana do pecado. Introduziu o conceito de livre-arbítrio e o de "homem interior", concepções que servem de base para sua teoria ética. Esse novo ser que vive os conflitos das paixões humanas é aquele que deve exercer sua vontade para decidir e escolher o bem. Para os cristãos, o controle das paixões tem em vista a vida futura, única ocasião em que os seres humanos poderiam ser realmente ser felizes.
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